Nosso jeito de fazer pão é simplesmente uma analogia


Desacelere

Muitas pessoas nos perguntam o que é desacelerar. Sinceramente ainda estamos descobrindo. Porem tem muito a ver com estar em sintonia com nos mesmos, com as nossas origens, a família, amigos, e a comunidade onde vivemos. Nossa forma de fazer pão é um aspecto do nosso projeto de qualidade de vida. Procurando que o passar do tempo agregue sabor y alegria. Tentamos ficar longe da ansiedade que gera a hiperconectividade da vida moderna, e da vertiginosa procura pela felicidade instantânea material.

Aconteceu com a qualidade do Pão, o mesmo que com a nossa qualidade de vida: demasiada velocidade. Vivemos tentando o equilibro entre duas proposições. A da que Todo tem seu tempo vs. Tempo é dinheiro.

No dia a dia enfrentamos situações que nos desafiam a manter o equilibro entre diferentes prioridades. O trabalho, o cuidado a nos mesmos, o tempo dedicado a nossa família e amigos. De fato somos “ricos” em dinheiro, em bens materiais, porem pobres em tempo.

Isto acontece porque em geral nos vemos frente à necessidade de dedicar nossos dias há procura de recompensas materiais. Em consequência não dispomos de tempo para cuidar corretamente de nos, assim como tempo para dedicar a nossa família e amigos e a comunidade onde vivemos.

O tempo é valioso. A velocidade é necessária, porem o excesso gera desequilíbrios e acidentes.

Por outro lado existe uma contradição no culto à velocidade. Se bem é verdade que fazendo mais rápido podemos fazer mais coisas num espaço reduzido de tempo, também é verdade que o prazer que certas coisas nos outorgam esta relacionado com o tempo que dedicamos a realiza-las.

Comparemos a qualidade de uma hora de conversa com um amigo, compartilhando um café, num ambiente aconchegante, a um minuto de chat, ou uma mensagem de facebook.

Concordaremos que o chat e o facebook são grandes ferramentas de contato, que nos mantém interagindo com as pessoas que gostamos ou compartilhamos interesses em comum, porem falando de prazer… nada substitui o tempo dedicado aos amigos frente a frente.

O mesmo acontece com a nossa criatividade. Comparemos a nossa capacidade de criar em alta velocidade em contraposição a estímulos provenientes de instantes de meditação ou relaxamento.

Como uma borboleta colorida no jardim de ‘La Panoteca®”, o cérebro humano naturalmente pula de um pensamento para o seguinte. Na alta velocidade do escritório, onde as informações e os prazos estão sempre passando depressa, ficamos sob pressão para pensar com rapidez.

O que predomina, em vez da reflexão, é a reação.  Após o trabalho, continuamos acelerados, e para aproveitar ao máximo o nosso tempo e evitar o tédio, tratamos de ocupar cada momento disponível com estímulos mentais, ligando o computador, a televisão ou grudando no telefone celular. O fato de estar constantemente mantendo a mente ativa constitui um desperdício do nosso mais precioso dom natural.

É verdade que o cérebro é capaz de operar maravilhas sob intenso estimulo. Mais ainda é capaz de muito mais quando tem a oportunidade de desacelerar um pouco de vez em quando.

Reduzir a atividade mental pode melhorar a saúde e proporcionar tranquilidade interior, maior concentração e a capacidade de pensar mais criativamente. Os momentos de “eureca” raramente se manifestam na pressa de um escritório ou numa reunião cheia de tensão.

Concordaremos que é mais frequente que apareçam preparando uma refeição, correndo no parque, nadando, sentado frente ao mar, mergulhado numa banheira, ou desfrutando de um chá aromático e sugestivo.

Assim sendo ricos em bens materiais, frequentemente nos sentimos frustrados, porque não conseguimos cuidar de nos mesmos.

Mais do que gostaríamos nos deparamos com situações de stress, viagens de trabalho que não nos permitem manter uma rotina, falta de tempo para realizar exercícios físicos, e comidas rápidas, “on go” de pouco valor nutritivo.

Não existe solução mágica, nem definitiva, somente é possível apostar na disciplina diária para manter o equilibro do tempo dedicado, ao cuidado de nos mesmos, das nossas famílias e amigos, e também no seu devido e importante ultimo lugar ao trabalho. Assim trabalharemos melhor e mais criativamente.

A receita do tempo dedicado depende do resultado que cada um de nos pretende, porem temos que ser conscientes das consequências das nossas decisões, e aceitar as mesmas com naturalidade e responsabilidade.

A procura do equilibro do uso do tempo tem se transformado num dos maiores desafios cotidianos da nossa época.

Equilibro também para administrar as situações diárias de stress, e não cair na tentação das comidas de pouco valor nutritivo.

Não podemos permitir que a riqueza em bens materiais nos deixe longe da família e amigos, e nos impeça cuidar de nos mesmos, porque assim a riqueza não fará sentido.

Somos pobres em tempo, porem essa pobreza não nos pode transformar em pobres de espírito.

Com a produção de pão aconteceu a mesma coisa. Durante todo o seculo XX, o desenvolvimento tecnológico, a urbanização e a globalização influenciaram os processos de preparo de pão diminuindo drásticamente o tempo de preparo de vários dias a menos horas que os dedos de uma mão.

No camino perdemos o sabor, os aromas e a textura (que são resultados do tempo de fermentação e do tipo de cereais) e parte das qualidades nutricionais (que depende do tipo de fermentação e da utilização de todas as partes integrantes do grão dos cereais).

Na SLOW BAKERY®, você encontrará pães com alto teor de fibras pela utilização de farinhas integrais, com mais sabor pelo tempo de fermentação natural,

Também encontrará bolos e salgados, com receitas equilibradas nutricionalmente, nem diet, nem light, simplesmente receitas diferentes e mais equilibradas nutricionalmente do que as receitas tradicionais.

Nos acompanhe na desaceleração do tempo. Nosso jeito de fazer pão é simplesmente uma analogia.

Todo tem um custo, porem existem coisas pelas quais vale a pena pagar.  A moeda não é dinheiro, é tempo. “La recompensa está en el camino”.